A banda After Smash, diretamente de Guapimirim-RJ, vem conquistando seu espaço no cenário do metal extremo com criatividade, perseverança e muita atitude. Formada por Joelson (Velho) nos vocais, Paulo (Chucky o Maldito) e Ramy (Monalisa) nas guitarras, Diego (Detona Ralf) no baixo e Alaerte (Buda) na bateria, o grupo é conhecido por sua energia única e letras impactantes.
Criadores do Coliseu Extremo, evento que busca fortalecer o underground regional, a banda se destaca por sua dedicação em superar desafios como a falta de recursos e barreiras culturais. Com influências que vão de Cannibal Corpse a Sepultura, a After Smash combina técnica apurada e paixão pelo Death Metal em composições marcantes.
Em entrevista exclusiva, a banda compartilha sua trajetória, a importância de iniciativas como o Coliseu Extremo, e planos para 2025, que incluem novos lançamentos e apresentações que prometem agitar o cenário underground. Mais do que uma banda, a After Smash é uma declaração viva de que o metal extremo na Baixada Fluminense está mais forte do que nunca.
Edge Rocks = Como surgiu a After Smash, e quais foram os maiores desafios enfrentados como banda independente de Death Metal na Baixada Fluminense?
After Smash = A "After Smash" iniciou-se em 2011 após o fim da banda Default, onde nosso 1º baterista e grande amigo, conhecido na nossa região como SEDEX faleceu, infelizmente. Nosso principal desafio foi financeiro, pois, nada acontece sem ter recursos (para se ter idéia, por não conseguir alugar estúdio, já ensaiamos num curral desativado), E no contexto do Death Metal, a exigência de qualidade de equipamentos se faz muito necessário devido velocidade de execução e tons baixos da afinação. A falta de músicos alinhados com os objetivos da banda também foi um obstáculo. Por este motivo ficamos 10 anos para fechar a formação atual.
Edge Rocks = Quais são as principais influências musicais de vocês, tanto no estilo Death Metal quanto em outros gêneros que podem ter moldado a identidade da banda?
After Smash = Com a entrada do Alaerte, começamos a trabalhar com músicas autorais focado no metal extremo, assim se aliando com a ideia do Joelson (fundador da banda), a partir desse momento todos passaram a contribuir com as suas influências ao decorrer das composições, influências essas como: Cannibal corpse, Morbid angel, Sepultura, Sarcofago e etc... são inspirações incluídas sutilmente em algumas partes das músicas, por isso são tão variadas.
Edge Rocks = Como vocês avaliam a cena do metal extremo na Baixada Fluminense? Vocês percebem uma evolução ou ainda existem barreiras culturais e estruturais?
After Smash = Sim, essas barreiras existem, por exemplo, boa parte das bandas preferem realizar eventos fora da baixada, e/ou migrando para o digital, com isso levando o público para as plaformas de streams. Entendemos a naturalidade dessa cultura do digital, porém, isso acaba impactando no movimento underground, acarretando em poucos eventos na região, e os poucos que se mantém de pé, mau se custeiam.
Edge Rocks = De onde veio a ideia de criar o COLISEU EXTREMO? Qual é o objetivo principal desse projeto, e como ele impacta a cena underground da região?
After Smash = O COLISEU EXTREMO surgiu como resposta a falta de oportunidade para as bandas independentes em nossa região. Cansados desta realidade, pensamos como seria bom Guapi ter um evento undergound pra galera curtir as bandas independentes e seus trabalhos. Então nos juntamos num esforço descomunal pra realizar esse evento, que na sua 1° edição oficial, já deixou uma impressão muito boa e um gostinho de quero mais no público e bandas que prestigiaram. Breve teremos novidades.
Edge Rocks = Como funciona o processo de composição da After Smash? Há alguma dinâmica específica na hora de criar músicas?
After Smash = Sobre composição, todos estamos em constante evolução! Desde a criação da primeira música, foi decretado LEI que, todos integrantes deveriam participar dando idéias. Tem várias histórias interessantes sobre isso; Tem a introdução da música VERMINOSIS, que foi pensada para remeter aquele sentimento de estar assistindo um filme trash gore dos anos 80; Outra foi um áudio de um solfejo sem instrumento, pra passar a idéia que estava na cabeça na hora... no grupo da banda ninguém entendeu direito o que significava, mas depois no ensaio saiu um riff incrível. Bom, sempre nos imaginamos no lugar do público e qual será o sentimento de quem nos ouve, com isso, conseguimos diversificar bastante nas criações.
Edge Rocks = Vocês sentem que o público do Death Metal na Baixada Fluminense tem crescido? Como vocês mantêm uma relação próxima com seus fãs?
After Smash = Sentimos que definitivamente, no underground o Death Metal não é o mais ouvido. O Punk e o Metalcore encabeçam essa lista, provável que seja pela quantidade de bandas e engajamento nas redes sociais. Mas não vemos isso como um problema, tem espaço para todos. Também grande parte dos fãs de metal extremo, focam em dar credibilidade para bandas de fora e torcem o nariz para tudo que é nacional. Referente a fãs, esse novo ciclo que estamos passando, entramos com tudo nas redes sociais com conteúdos postados, temos merchan e estamos produzindo material. Então, quem estiver gostando do nosso trabalho, fique ligado que 2025 vai ser agitado, pois vamos atacar tanto nas mídias de streams quanto nos palcos assim ficando mais próximos do nosso público.
Edge Rocks = Quais são as vantagens e os desafios de ser uma banda independente no Rio de Janeiro, principalmente sendo da Baixada Fluminense?
After Smash = Guapimirim é baixada mas, considerada interior. Já cansamos de ouvir que Guapi é roça. São 70km aproximados do centro do Rio, então como dificuldades principais tem a logística, tempo de deslocamento, valores, a falta de proximidade com outras bandas, público e produtores. Como foi comentado antes, a exigência de qualidade faz com que precisemos buscar equipamentos e acessórios de qualidade superior que na região não temos acesso, então tudo isso conta. Por exemplo, loja de música da região que só tem equipamentos que atendem igreja entende, com isso, muitas vezes vamos pra Internet comprar equipamentos sem testar e isso é péssimo. Vantagens? Não conhecemos. Talvez, estarmos fazendo o que gostamos.
Edge Rocks = Existe algum show ou evento que marcou a trajetória da banda? Alguma história curiosa ou momento inesquecível?
After Smash = Nos apresentamos no antigo Boliche em Teresópolis e foi a primeira vez que tocamos para um público voltado para o metal extremo e isso deu novo folego para banda. Também recentemente no COLISEU EXTREMO, a vibe do público estava 100% alinhado ao nosso som. Inesquecíveis sempre foram nossos ensaios na casa do ANDRÉ (2° Batera) com os lanches malucos pós ensaio e ALAERTE (batera atual) com sua varanda do metal, que os vizinhos crentes exorcisavam a banda pelo muro. Locais a qual sempre fomos muito bem recebidos e respeitamos demais essas passagens e algumas pessoas que já não podemos mais desfrutar da presença, mas que continuam vivas em nossa memória.
Edge Rocks = Quais são os próximos passos da banda? Podemos esperar um novo single, álbum ou turnê pelo Rio de Janeiro?
After Smash = Ainda esse ano, temos uma live no canal MORADA TALK do Glauber, (que aconteceu ontem) dia 5/12 e também dia 21/12 no Experience Music abriremos o evento junto com a Gutted Souls, Arte Grotesca, Dark Tower e os gringos BLOOD RED THRONE, que aliás são todas bandas de metal extremo, nao percam. Já pra 2025 estamos com agenda aberta. Também está sendo preparado um EP que breve daremos mais informações e tem composições novas na fila, cheias da essência e criatividade da After Smash.
Edge Rocks = Que mensagem vocês deixariam para outras bandas independentes que estão começando e para quem deseja fortalecer a cena underground no Rio de Janeiro?
After Smash = Bandas novas, deem seu máximo, a oportunidade tá na esquina pra todos. Só é lembrado quem é visto! Botem a cara sem medo, usem a criatividade, as redes estão aí pra ajudar, vão para os palcos mostrar seu trabalho... tem um público ansiando por bandas novas. Recentemente ouvimos de uma divulgadora de bandas de Rock pelo Brasil que, 70% das bandas que a procuram pra divulgação são de pagode e sertanejo, e isso nos impactou. Da nossa parte, o que pudermos ajudar em indicação, podem contar conosco. Já entramos com nossa parcela no apoio ao circuito underground com o COLISEU EXTREMO e vamos levar a todos os palcos que subirmos que, viemos do undergound e que ele é Foda e imortal. "After Smash" agradece a EDGE ROCKS pela oportunidade e deseja todo sucesso a esse projeto importantíssimo para o cenário musical underground do Rio de Janeiro.
Você pode ouvir o som da banda aqui na Rádio Edge Rocks e também nos links abaixo:
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