ENTREVISTA

Uma Noite de Brutalidade e Harmonia: O Primeiro Dia do Festival no Garage Grindhouse

Uma Celebração do Underground: Energia, Tradição e União no Garage Grindhouse

Legenda: A frente do Garage GrindHouse Foto: Wesley Rodrigues / Grupo RBC

16/11/2024 14:13 Por: Wesley Rodrigues

Na última sexta-feira, às 20h30, cheguei ao Garage Grindhouse, um espaço icônico para o cenário underground do rock carioca, que prometia uma noite inesquecível. A primeira banda estava programada para subir ao palco às 21h, mas a chegada antecipada permitiu absorver o clima único do lugar.

A Atmosfera do Garage Grindhouse

O Garage oferece comodidade e um bar temático que combina perfeitamente com o ambiente do rock underground. O som ambiente afasta-se do mainstream, criando uma experiência autêntica para quem busca um refúgio musical alternativo. O palco é equipado com uma estrutura sólida, ideal para receber bandas de diversos estilos.

Conversei com uma frequentadora que destacou a importância de vivenciar todo o evento, não apenas as apresentações musicais. E ela tinha razão: o espaço é uma celebração do rock em todas as suas formas. O bar oferece bebidas acessíveis, e a presença de merchandising das bandas – camisas, souvenirs – reforça a conexão entre os artistas e os fãs.

Primeira Banda: A Longa Espera e a Tradição

Apesar do horário previsto, a primeira banda subiu ao palco apenas às 23h. A espera, típica do cenário underground, foi compensada pela energia das apresentações. A casa também mostrou sensibilidade ao permitir que catadores de recicláveis atuassem no local, mantendo o ambiente limpo e colaborando com a comunidade.

O Aquecimento e o Público

Antes mesmo do shows principais, o aquecimento foi conduzido pelo próprio dono da casa, Bruno, que assumiu a bateria ao lado com sua banda Weed Terror. O gutural insano combinado ao som pesado da guitarra deu início à noite com energia. Conforme o público chegava, o clima ia se intensificando, preparado para o espetáculo que estava por vir.

Oligarquia: Um Ícone do Death Metal

Diretamente de São Paulo, a banda Oligarquia trouxe uma pegada brutal de death metal. Tocaram músicas de sua primeira apresentação no Garage, em 1993, quando o espaço ainda tinha outra gestão. O público vibrou com a performance nostálgica, que demonstrou a força do metal extremo.

Spiritual Hate: Peso e Temática Religiosa

A terceira banda da noite, Spiritual Hate, também veio de São Paulo e trouxe mais death metal de alta intensidade. O sotaque paulista foi um charme à parte, e a temática religiosa das letras – embora difícil de compreender devido ao gutural – tornou a apresentação intrigante.

Justabeli: O Black Metal no Seu Auge

Considerada por muitos a melhor banda de black metal da noite, Justabeli impressionou com harmonia e técnica. O vocalista, que também é baixista, liderou uma apresentação coesa, enquanto o baterista mostrou habilidade invejável. A interação entre as bandas no palco contribuiu para a qualidade do som, reforçando o espírito de união do evento.

Crisântemo Delírio: Encerrando em Alto Estilo

A banda carioca Crisântemo Delírio foi a última a subir ao palco, encerrando o evento às 4h da manhã com sua performance de black metal. Com uma baixista feminina liderando o ritmo, a banda apresentou músicas intensas e marcantes, com forte presença de guturais e temas religiosos, encerrando o primeiro dia do festival de forma memorável.

Uma História Viva do Rock Carioca

O Garage Grindhouse não é apenas um espaço para shows; é um símbolo da história do rock underground no Brasil. Desde seus primórdios em 1927, como sede do primeiro moto clube do país, até seu renascimento com Bruno após duas décadas de fechamento, o local preserva a essência do rock.

O festival, que ainda terá seu segundo dia, já se consolidou como um marco para os fãs do gênero. A Revista Edge Rocks acompanhou de perto essa celebração do underground e traz o relato de uma noite inesquecível para quem vive e respira rock.


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